segunda-feira, 25 de março de 2024

A POESIA SAIU À RUA - 2024

 

CONCURSO DE POESIA

 A Poesia Saiu à Rua

23 Poemas de 11 Alunos

da Escola Secundária de Domingos Sequeira

 março de 2024

 No concurso de poesia “A POESIA SAIU À RUA” de 2024 participaram 11 alunos da Escola Secundária Domingos Sequeira, com 23 poemas. O júri foi constituído por 6 professores de Português, 3 alunos e uma assistente de biblioteca.

 

POEMA VENCEDOR

João Vinagre, 12G


Sala atlântica

 

Sala atlântica

 

Oito cadeiras de veludo

Uma mesa de carvalho, oval

Polida e envernizada

Quatro homens de fato e mala

Imagino assim atlântica sala

 

O fundo, o meio, o raso e o aéreo

Empresários desempregados

Faziam da sala um ninho

Onde dormiam engravatados

 

O fundo era cego, e bipolar

Tanto brasa tanto gelo

Tanto berrava tanto calava

Era incerto e amedrontado

 

O meio era o mais novo

Irrelevante aos outros

Revoltado e inseguro

Um dia pegou na corda e disse

“Onde é que a penduro?”

 

O raso era calmo e confiante

Tão maduro e experiente

Tão falso a si próprio

A sua face sempre sorria

Ao som da maresia

 

O aéreo era distante

Com a cabeça nas nuvens

Com uma ideia revoltante

E para os outros, irritante

 

A sala não passa de uma especulação

Criada em minha mente, vinda do coração

 

Por ela sonhei toda a vida, cresci

Amadureci, e hoje os frutos colhi

 

Nunca existiu além de mim

O fundo é a minha depressão

O meio, o meu lado suicida

O raso a minha aparência

O aéreo a minha consciência




SEGUNDO PRÉMIO (ex aequo)

Simão Gaspar Ferreira, 12G

O que é a poesia

 

O que é a poesia

 

O que é a poesia

Senão sentimento?

Que o diga o Mestre,

Caeiro de nome,

Pessoa como os outros.

De estudos,

Apenas a 4ª classe.

Só resta, então, o sentimento,

Ingrediente da vida e da poesia.

Fortes ou fracos, depende do Pessoa,

Moderados para Reis,

Impulsivos para Campos.

E no fim de tanto sentimento,

De tanto Pessoa.

Este sentimento não é real,

E o poeta,

Esse, “é um fingidor

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.”

 

  

 SEGUNDO PRÉMIO (ex aequo)

Elliot, 11J

 

I used to talk to the moon

 

I used to talk to the moon

 

I used to talk to the moon.

She wasn't much of a talker,

but she would listen to me

and sometimes she would make me laugh and smile

when i was feeling down.

 

It's curious,

even when everyone left me, she didn't.

She would stay there every night,

waiting for me to talk to her.

 

During the day she was gone.

I used to feel afraid.

I couldn't see her,

I couldn't talk to her,

I couldn't listen to her symphony

and everything around me was dark.

I had no light to show me the way.

I was terrified.

 

But one night I asked her:

- My dearest love, my Moon,

why do u leave me when there are people around?

Why do you vanish when the sun shows up?

 

She looked me in the eyes and said:

- My little one, I'm always here.

When the night falls there's silence;

the birds rest, the water cools down

and your mind is the only thing keeping you awake.

When the night falls,

I make sure to look after you while you sleep.

When the night falls

and you’re alone,

I'm there to make you company.

Even though you can't see me during the day,

I'm always watching you.

 

I've never heard her speak,

her voice was so calming and comfortable.

My mind rested and my heart was touched.

My eyes were full of tiny particles of water

 

and my face was slightly red.

I felt relieved.

I felt safe.

I had fallen in love with the Moon.

 

I never thought I would feel so loved like I felt at that moment. 

I looked up and saw her smiling to me.

I started crying,

but it wasn't a cry of sadness,

it was a cry of joy, happiness, and pure love.

I couldn't contain myself so I asked:

- Moon, will you sing to me until i fall asleep?

She shined.

She was so bright that everything around me was as clear as my love for her.

I turned around

and as I was about to fall asleep,

she hugged me

and ended her symphony softly

with a kiss on my forehead.

 

Since then,

I leave my window open every night.

Her light comforts me

and I know that I'm not alone.

I still talk to her

and she still sings her beautiful and lovely symphony 

before i go to sleep. 

 

It's been years since I first heard her speak,

but I can assure you

that it was the most gorgeous voice I have ever heard.

My love for her will never end,

as well as my desire to watch her every night

before I go to sleep.

 

 

SEGUNDO PRÉMIO (ex aequo)

Afonso Vicente, 12A

 

(In)existir

 

(In)existir

 

No início do meu sonho

Ouvia os pássaros a chilrear,

Via o mundo por uma lente pura,

Cristalina como a água

Da nascente do rio.

 

Pouco a pouco,

A lente começou a desfocar

A mostrar a inveja do mundo,

A vergonha, tudo começa

A ficar turvo (que pesadelo!).

 

Porém havia também acabado

De descobrir a verdadeira pureza,

Um abraço, um beijo,

O verdadeiro amor, 

Aquele com quem desejarei

Um dia partilhar um sonho.

 

Mas a uma certa altura, 

Tudo fica de tal forma turvo, 

Desfocado, que, eventualmente, 

O meu sonho aparentemente

Inacabável termina,

E acordo.

 

Desde início sabia que seria assim,

Um sonho não dura para sempre, 

E tudo o que começa, 

Tem que acabar.

 

Não me arrependo.

A vida não é mais do que um sonho,

De qualquer forma.

 

  

 

 

TERCEIRO PRÉMIO (ex aequo)

Sara Sequeira, 11J 

Sentimentos desperdiçados

 

Sentimentos desperdiçados

 

São momentos imensos os que partilhamos

Olhares trocados a quem ninguém contamos

Fantasias secretas em que nos abraçamos

Mas no final nem tu nem eu tentamos

 

Tantos sentimentos desperdiçados

Dois corações despedaçados

 

Mesmo com os nossos desejos entrelaçados

 

No final somos dois fracassados

 

Já não importa se sentes o mesmo

Já não importa se tens tempo

Afinal, o que temos os dois é medo

 

Gostava que fosse diferente

Gostava que um de nós fosse valente

Ao que parece não fui o suficiente

 


 

TERCEIRO PRÉMIO (ex aequo)

Simão Gaspar Ferreira, 12G

Rima inútil

 

Rima inútil

 

 

Para que serve a rima?

Se vier, veio,

Falta não fará, se não vier.

Porque sem a rima

Pode uma pessoa viver.

Não é preciso rimar para ser poeta.

Basta pensar munido de uma caneta.

Basta ouvir o coração,

Sentir nele uma emoção 

Suficientemente grande para inspirar

Um simples jovem a criar

Uma obra como esta,

Sem “dois dedos de testa”.

  

 

 TERCEIRO PRÉMIO (ex aequo)

João Vinagre, 12G

Tarja preta

 

Tarja preta

 

Esta garra teve um início

E um fim sempre presente

A tarja suportava aquilo que sou

Em meio a cores e armas

 

Aquela foto no escuro

Mostra a raiva em meus olhos

Mostra que o sangue escorre

Em mim apenas porque quero

 

Ainda hoje me sento e espero

Pela cor que o dinheiro simboliza

Esperando a esperança e o esperado

Acabo por chorar magoado

 

Iluminado, não eu, ele

Pela falsa esfera cor primária

Ganhou nome no globo

E pobreza em troca de fama

 

Eu permaneço num dos castelos

Imitando ser aquilo que já fui

Chorando nunca voltar a sê-lo

Matando a criatividade como minha inimiga

 

De rastos ando por casa

Bato com o dedo numa das quinas

Lembro-me do mar e das nuvens da monarquia

Lembro-me que foi apenas um retângulo

 

Retirar a ampliação é aterrar em solidão

É deixar morrer o patriotismo

É aceitar o fim desde o início

 

Sou apenas uma tarja em luto

 


TERCEIRO PRÉMIO (ex aequo)

Catarina Gomes, 12E

 

Por ti

 

Por ti

 

 

Para mim era arte

da mais linda,

agora és morte

como a bebida



Estou perdida,

Sem tua luz que me ilumina.

Onde agora a dor domina

No lugar onde o amor dormia


Por ti floria o

meu jardim, que

sem ti, já não germina

Quando te via, sorria, 

ouvia uma melodia,

que no coração ficaria,

se não tivesses levado o amor que crescia

Correria por ti até ao fim

mas não consigo assim,

porque te afastas de mim

 


MENÇÃO HONROSA

Juliana Ferreira Lopes, 10J  

Flores

Flores

 

Encontrei-te no meu jardim,

tão pequena em rebento,

cuidei de ti mais que as outras

e não me sinto culpado.

 

Continuar-te-ia se me permitisses,

mas foste-te embora,

desabrochaste pois já tinhas

outro rebento a nascer.

 

Mesmo vindo de ti não sei se amaria outra vez,

não eras tu,

e queria que fosses tu,

pois eras tu quem eu queria.

 

Cuidei então da tua “outra versão”

esperançoso por algum motivo.

Esperança que ainda fosses tu,

era óbvio que não eras.

 

Mas seria eu o problema de não te aceitar mais?

Culpei-me pois prometi amar-te,

fosse o que fosse,

queria-te amar.

 

Mas não eras tu.

Avisaram-me que não eras tu,

menti a mim mesmo que eras tu.

No final, era só mais uma das tuas mentiras.

 

Bonitas mentiras.

As tuas bonitas mentiras,

às quais as pétalas taparam,

mas quem as terá posto lá?

 

Abandonaste-me.

Disseste-me que não.

Foi a primeira verdade que me disseste,

tinhas morrido, não abandonado.

 

No local onde uma vez

encontrará um furo nas tuas pétalas,

prometi a ti e a mim

que não faria diferença,

 

que continuavas a ser a minha flor.

Quando secaste e voltares em nova,

uma mancha onde encontrava o furo antes.

E então voltei a mentir.

 

A mentir a mim mesmo,

que eras tu.

A minha flor.

Como queria que fosses.

 

E como todos disseram,

já não eras.

Nem minha nem de ninguém,

e mesmo frustrado

 

Não te culpo,

pois és como és,

apenas desapontado,

porque no final eras como outra flor qualquer.





MENÇÃO HONROSA

Beatriz Pequicho, 10J  



Amor platónico

 

Amor platónico

 

Ele é tudo,

Uma arte que brilha,

 

Grito de felicidade quando o vejo,

Admiro-o de longe,

 

Fico orgulhosa e feliz pelo seu sucesso,

Observo-o sempre com os meus olhos brilhantes,

 

Sempre que o olho, apaixono-me ainda mais,

Estou sempre a olhar para fotos dele,

 

Quero tocá-lo,

Mesmo que isso me custe a minha vida,

 

Quero abraçá-lo,

Mesmo que seja a última vez que o faça,

 

Quero olhar-lhe nos olhos,

E dizer-lhe,

 

Amo-te, admiro-te,

Faço tudo o que for preciso para te ter para mim,

 

Mesmo que isso pareça um pouco obsessivo,

É verdade, amo-te mais que tudo,

 

E sabes o que isto parece?

Um amor platónico…

 

 

 

MENÇÃO HONROSA

João Vinagre, 12G 

Enólogo

 

Enólogo

 

Venha o verde, o tinto, o rosé venha o branco

Venha mais vinho para eu saber

Qual deles o mais brando

Qual deles vou eu escolher

 

Venha o verde, fico em pé

Toques de jasmim, sabor tão forte

Que maravilha, neste eu tenho fé

Venha mais vinho, que estou tão longe da morte!

 

Venha o tinto, fico sentado

Sabe a frutas, florais e herbais

Lá no fundo um toque aveludado

Venha o vinho que eu quero mais

 

Venha o rosé, fico deitado

É tão amargo e perspicaz

De tanto beber estou magoado

Olhem o que o vinho faz!

 

Venha o branco, que já canto

Já sou francês, já sou franco

Suíço, o canivete ao som do martelar

Como é bom me embebedar

 


 MENÇÃO HONROSA

Antonio Seng, 11J 

Companhia

 

Companhia

  

Hoje passei pelo mesmo parque onde sempre passo

mas hoje desfrutei da minha própria companhia

Sempre passo pelo mesmo parque,

estou lá e só caminho, respiro e observo quem faz exercício

Os phones com música para fazer de conta

que mesmo sozinho sou uma pessoa de confiança e interessante

Mas por muito que queira ocultar, as inseguranças denunciam o farsante

e hoje... bom, hoje tirei os meus phones,

parecia diferente o parque,

hoje passei pelo parque onde sempre passo,

hoje desfrutei da minha própria companhia

 

MENÇÃO HONROSA

Afonso Leal, 12B 

Arde

 

Arde

 

 

 Arde

Que arde este fogo em mim

Fogo que hás plantado

No momento em que eu te vi

 

Que arde o meu coração 

Essa tua beleza me transtorna...

Transporta-la em ti tão suavemente

Um deslumbre de uma deusa Norna 

 

Arde este inferno meu,

De não poder estar aí...

De mãos bem enlaçadas...

De meus lábios presos aos teus...

 

 

 MENÇÃO HONROSA

Simão Gaspar Ferreira, 12G 

Vejo o céu pintado de luto

 

Vejo o céu pintado de luto

 

Vejo o céu pintado de luto

Luto de quem?

De alguém…

De um “Zé ninguém”...

Tens a certeza?

Tenho, morreu de tristeza

Mas Zé ninguém como?

Zé ninguém,

Que de estrela, pequeno grão,

Morreu porque lhe disseram não.

Mas bem sabia ele a resposta que ouviria.

Bem no fundo, lá o sabia.

Não quis acreditar.

Preferiu ter a certeza,

Ter mais um motivo para chorar.

Para quê chorar?

É masoquista?

Segundo ele,

É da lágrima mais pura,

Que, por vezes, vem a cura.

De uma lágrima de tristeza,

Nascida da dor nua e crua.

Pois para se viver inteiramente,

É preciso ser-se triste,

Deixar-se despedaçar,

Ir ao inferno e voltar.

 

 

 MENÇÃO HONROSA

Antonio Seng, 11J 

Elisa

 

Elisa


I

- É o que estava lhe a dizer, Mr. Richard.

Esta temporada trouxe-lhe bons produtos, né.

- Os preços são os que estão na chaminé, 

mas pronto, já sei o que quero comprar.

- A que mais desejar, é só escolher.

- Esta, esta é a melhor para se comer.

- Então que seja, Mr. Richard.

(apalpa-a, cheira-a, uma lembrança inolvidável lhe crava)

- Acostuma-te a ser tratada assim, minha escrava…

- Sim, Mr. Richard.

 

II

- Alex, Stuart, (assobia) venham cá,

tenho hoje um jantar especial.

E tu, tu, minha escrava, és o prato principal.

- Para mim, liberdade será

e não tenho dúvida que você algum dia pagará.

- Silêncio! (dizia, enquanto pegava na face da escrava deformada)

- Faça o que quiser, mas à minha filha, não lhe faça nada!

- Depois de três anos não sabes a tua posição, só te ouço pedir favores em lugar de socorros.

Em três anos serviste os meus prazeres, agora és só comida para os meus cachorros.

- Não espere muito tempo, Mr. Richard, justiça será ditada. 

 

III

- Quanto queres? Quanto??? Dar-te-ei o que queiras!!

- Hoje estou generosa, posso perdoar a tua vida se disseres o nome dela.

- Alex, Stuart, (assobia, mas ninguém responde)

- Assobia agora! Assobia! Os teus cachorros morreram de todas as maneiras

As suas peles são boas, quando as destilar vou vendê-las numa feira

(Apalpa, cheira, um ferro quente nas costas lhe crava)

(Ele grita, chora, entre desespero e lágrimas diz um nome): Melisa!!

(Ela finge-se surpreendida, finge que medita, mas crava de novo o ferro quente naquelas costas que a sua mãe lavava)

- Não mais, já não consigo mais... (depois de outros repugnantes lamentos, ele desmaia)

(Deixa ali o corpo, para continuar mais tarde, a líder da sublevação de escravos)

Ela chora, mas diz antes de sair pela porta quebrada: O seu nome era Elisa.

 



 MENÇÃO HONROSA

Carolina Sousa, 11C 

A razão da minha felicidade

 

A razão da minha felicidade

 

Meus dias estavam cinzentos

Vazia e sem ânimo

A sentir um misto de sentimentos

Todos ao mesmo tempo

 

Mas então tu apareceste

Trouxeste a minha luz de volta

Fizeste-me sentir alegria de novo

E sou-te muito grata por isso

 

És o motivo do meu sorriso

A razão das minhas gargalhadas

Ao teu lado sinto-me feliz

Sinto-me finalmente amada

 

Contigo consigo ver o impacto

Das coisas simples da vida

Um abraço, um sorriso, uma brincadeira animada,

No fim isso me faz sorrir

 

Isso me faz ver que não é preciso muita coisa

Apenas alguém que nos faça bem

Que nos faça companhia

E preencha os vazios do nosso coração

 

Nos teus olhos vejo

O carinho que tens por mim

Tu me salvaste e eu te salvei

Vamos crescer assim

 

Eu vou ter contigo

Tu vens ter comigo

Esta mutualidade é um pouco estranha diria

Mas ao fim do dia

Não há nada melhor que a tua companhia

 


 MENÇÃO HONROSA

Sara Sequeira, 11J 

Be strong

 

Be strong

 

All they say is “Be strong.”

Be strong for your sister.

Be strong for your mother.

Why can’t I be strong for me?

 

Be strong

so I don’t fall apart

Be strong

so it doesn’t become real

‘Cause this pain in my chest

And this hole in my soul

Keep me from being the best

Keep me from being me

All I want is to have you back

All I want is to turn back time

All I want is to be in your arms

All I want is to feel peace

All I want

is to feel your love

All I want

 

is to be your little girl tonight

The little girl you protect

The little girl you cherish

The little girl who loves you

 

The little girl who you loved very, very much

 


 

  MENÇÃO HONROSA

Sara Sequeira, 11J  

You got drunk

 

You got drunk

 

You got drunk and said “I’m sorry.”

All I said back was “Next time don’t call me.”

 

You then told the whole world

And they all rang up my phone

 

Everyone got ignored

And you showed up at my door

As expected, you were still drunk

And I had to take you home

 

Why would you do this?

What was your motive?

Were you really that desperate?

 

Have you forgotten the promise you made me?

 

I’m sorry to admit

It's been hard to forgive

I don’t know if can do it

I think I’m starting to detach

 


  MENÇÃO HONROSA

Antonio Seng, 11J 

Comida em família

 

Comida em família

 

- Mãe! Já está pronto o jantar?

- E o teu irmão, Luís?

- Foi procurar a Tatá. 

- Luís, meu filho, a tua irmã já está cá,

se não vens, a comida vai arrefecer.

- Já vou, mãe, já vou comer.

- Mas e a Tatá? Não está aqui. Onde está?

- Está à tua frente, não a estás a reconhecer? 

- Mãe...? Estás bem?

- Claro, vou comer a minha filha.

 

 

  MENÇÃO HONROSA

 Carolina Sousa, 11C

Amor simples ou complicado

 

Amor, simples ou complicado

 

Amor

Uma coisa tão simples

E ao mesmo tempo tão complicada

 

Por vezes nem sabemos o que é

Mas lutamos e fazemos sacrifícios

Outras vezes nem vale a pena

E nem chegamos a tentar para que dê certo

 

Por vezes o amor consegue nos cegar

E deixamo-nos levar pela sensação

Sensação de conforto e bem estar

E embora isso podendo ser bom como mau

Há pessoas dispostas a lutar pelo amor

 

Mau porque se esse amor se romper

Irá quebrar os corações em simultâneo

E fazer com que as pessoas

Que um dia disseram que o amor é eterno

Desacreditam da existência do amor verdadeiro

 

Mas bom pois a conexão inicial

Irá permanecer por bastante tempo

Permitindo assim que ambos cresçam

E se tornem a sua melhor versão

 

Alguns pensam que amar é fácil

E realmente é

Mas manter o amor aceso e vivo

É o maior desafio quando se trata de amar alguém

 

Para uns o amor está morto

Enquanto que outros pensam que existe

Em algum lugar

Alguém que aceite as nossas imperfeições

E que nos ame até ao nosso último suspiro

 


 MENÇÃO HONROSA

 Carolina Sousa, 11C

Estar sozinha ou sentir-se sozinha?

Estar sozinha ou sentir-se sozinha?

 

 

No meu quarto estou

Sozinha como sempre

Gosto de estar sozinha

Mas odeio sentir-me só

 

Adoro estar sozinha

Gosto da minha companhia

Pena é que ninguém

Consegue viver sozinho e ser feliz sempre

 

Por vezes parece que falta algo

Talvez alguém

Talvez uma presença

Uma companhia

 

Por vezes a solidão

Consegue nos consumir

E nos tirar toda a alegria

Que tínhamos ao estar sozinhos

 

Estar sozinho não é mau

Apenas nos ensina a amar

A nossa própria companhia

E a viver sem depender de alguém ao nosso lado

 

Triste é que quando alguém

Aprende a viver sozinho

Geralmente não há nada

Que faça a pessoa não gostar da própria companhia

 

Ao amar a própria companhia

Um dos maiores desafios em seguida

É sairmos da nossa bolha,

Do sítio onde nos sentimos bem


MENÇÃO HONROSA

 Catarina Gomes, 12E 

O adeus

 

O adeus

 

E no final foste o que

prometeste nunca ser.

 

Foste-te embora como a velocidade

de um relâmpago, que nem me deste

oportunidade de dizer o que sentia

ou de fazer o que queria.

 

Foste sem dizer adeus e só

posso pedir a Deus que

voltes, para não ter de sentir

a tua falta, para não ter de sentir

a dor que o teu adeus deixou.

 

E com ele aprendi que

promessas são só palavras

vazias de alguém que quer

tudo e nada tem.

 

E as tuas promessas foram

apenas isso, palavras vazias

que ecoam na minha cabeça

e morrem no meu coração.

 

 

 MENÇÃO HONROSA

 Catarina Gomes, 12E  

Eras tu

 

Eras tu

 

E eras só tu quem eu queria,

só o teu toque, só a tua carícia

não queria ficar sem ti

mas me deparei com o fim

 

Passo pelo jardim e

Vejo-te a ti, olho

para o meu quarto com amargo,

pois tu estás nele.

 

Penso em ti, penso no anel

que era meu e agora é teu.

O meu coração tremeu quando te vi,

pois lembrei-me do que perdi

 

Tenho medo de viver sem ti

porque não sei o que é de mim

Tenho medo de não poder amar

e dói só de pensar, queria

Apenas voltar a ser o teu lar.