segunda-feira, 23 de junho de 2014

1.º prémio 2014 - SABER VIVER - Daniel Constantino - 10A

Pensa em tudo o que já fizeste,
em tudo o que não fizeste
e em tudo o que poderias ter feito.

Imagina tudo o que vais querer fazer,
tudo o que não vais querer fazer
e tudo o que vais ter que fazer.
A vida, é isto...
Passado e futuro,
e no meio destes dois gigantes,
está a infinita fração de segundo
a que chamamos presente.

Por isso não o deixes simplesmente passar!
pois ele falará muito do que já passou
e muito do que está para vir.


DANIEL CONSTANTINO, 10ºA

2.º prémio 2014 - SONHAR - Inês Costa - 10A

Sonhar.
Sonhar é viver desejos.
É rir e chorar.
É cair e levantar.
É voar mais alto até à última estrela do céu.
É descobrir corais no deserto.
É nadar nas profundezas do nada.
É correr até ao outro lado do mundo.
E voltar.
Cansado.
Animado ou destroçado.
Sonhar é crescer.
Sonhar é viver.


INÊS COSTA, 10ºA

3.º prémio 2014 - O REGRESSO DO HERÓI - Francisca Silva - 10F

De rua em rua, o Velho Homem avança,
por mais que procure nada alcança.

Hoje de ida, amanhã de regresso.
Toda a viagem fora desprovida de sucesso.
Mergulhado nas próprias lembranças,
o Velho Homem regressa já sem esperanças.

Nesta noite fria de luar,
há uma ira inconstante a brilhar.
Noite gélida, incapaz do seu coração aquecer,
o Velho Homem não sabe mais o que fazer.

Por essas ruas andando,
as memórias vão-se revelando.
O Velho Homem assim se apercebeu,
que este caminho não podia ser o seu.

Determinado a todas as batalhas esquecer,
permanecem as cicatrizes de quem o fez sofrer.
Além, no campo armadilhado,
descobrem-se as vitórias do culpado.

Prisioneiro do próprio olhar,
o Velho Homem teme apenas o futuro encarar.
Dias de miséria e conspiração,
o Velho Homem oculta um passado de revolução.

Sente saudades da sua pequena aldeia,
que de alegria estava cheia.
Obrigado a mãe e o pai deixar,
nada lhe restava se não a guerra ganhar.

Onde está a honra e a glória?
Todos parecem orgulhosos da vitória.
Sedentos por mais desastres,
esquecem todos os antigos massacres.

Nessa Terra por Deus esquecida,
não existe fé erguida.
Todo um vasto plano de destruição,
será tudo o que os soldados nunca esquecerão.

Um ar cansado de si se apoderou,
sente pena, pois a juventude não voltou.
O peso das armas que tanto carregou,
pelo peso da consciência trocou.

Tudo gira mais depressa do que outrora,
o Velho Homem não dá conta do minuto, nem da hora.
Vinculado a um combate que na sua alma perdura,
foram dias repletos de agrura.

Há muito tempo que o Velho Homem algo planeia:
Expulsar o homem velho que dentro de si vagueia.
Se a sua missão assim for estabelecida,
de certo, que será bem sucedida.

“Saudades da aldeia que contemplo,
pois já lá vai bastante tempo.
É a dor da guerra que agora enfrento.
Não será tarde para o arrependimento?“


FRANCISCA PRATAS PEREIRA DA SILVA, 10F

QUANDO O AMOR ANOITECE - Carolina Gaspar - 11H

Duas almas no jardim
Abraçados e abençoados
Juntos até ao fim
Entre beijos molhados

No céu a lua cheia
Iluminava a madrugada
Ao longe via-se a aldeia
Através da arcada

Aquele amor tão natural
Que nada parecia quebrar
Não era coisa banal
Era forte como o mar

Ela loira ele também
Pensavam estar unidos
Até sempre e mais alem
Um para o outro nascidos

Mas tudo tem um fim
E porque aquilo aconteceu
Sob os olhos do jasmim
Ela para ele morreu

Surrando ao seu ouvido
Ela o surpreendeu
O que dizia era um perigo
O amor anoiteceu


CAROLINA GASPAR, 11º H


NÃO TENHO APTIDÕES - Carolina Gaspar - 11H

Para ser costureira
É preciso concentração
Mas não sou dessa maneira
Tenho défice de atenção

Para fazer amizade                                          
É preciso dar amor
Não tenho essa capacidade
Porque a nada dou valor

Para parar a violência
É preciso ter vontade
Mas não tenho essa competência
Porque já não tenho idade

Resta-me escrever um poema
É minha única solução
Abordar este tema
Usando o meu coração



CAROLINA GASPAR, 11º H

JANELA DA VIDA - Carolina Gaspar - 11H

O mundo lá fora é uma janela
Abrimo-la ou fechamo-la?
Aberta o vento entra de sentinela
Fechada o calor afoga como amarra
Será sempre este mistério
Que nos deixará a pensar
Será que alguém quer sair?
Será que alguém quer entrar?

Umas vezes só queremos por ela saltar
Outras só a queremos fechar
Assolados por estas indecisões
Criámos as cortinas
Achando que acabariam com as interrogações
Elas pregaram-nos partidas

Tentamos fechá-la mas a luz sempre passa
Sempre lá está presente
Tudo a trespassa
Tudo ela sente

E seremos sempre falhados
Sem solução nem decisão
Pelo calor amarrados
Por medo de abrir o coração



CAROLINA GASPAR, 11º H

ABRAÇO ESTA LOUCURA - João Saraiva - 12J

Abraço esta loucura que me tira do vazio
Toco-lhe, e sinto-me mais macio
Viver sem ela será um desafio pelo qual ansio
Pois tornar-me-ia um evasivo vadio.

Desço pois nesta escada
Subo, e vou para baixo
Enquanto não acaba
Não relaxo

Por entre espirais afundo-me na amargura
Lutando contra o inevitável.
Sou um cavaleiro sem armadura
Que batalha o aceitável

Entro então em reflexão
De como o meu mundo gira em torno da solidão
Com a, de mim próprio, irrisão
Tenho de tentar a auto-evasão

Entretanto ocorre-me algo nada genial
Algo nada brilhante:
Se eu não fosse tão anormal
Não poderia ser tão extravagante

Olho ainda mais longe do que está ao meu redor
O que não vejo podia ser pior…
(Fruto do pensamento surge o sujo suor
Um pormenor de grau menor)

Evadindo-me, deparo-me com algo novo
Algo sem contorno
E removo-o.

JOÃO SARAIVA, 12ºJAbraço esta loucura que me tira do vazio
Toco-lhe, e sinto-me mais macio
Viver sem ela será um desafio pelo qual ansio
Pois tornar-me-ia um evasivo vadio.

Desço pois nesta escada
Subo, e vou para baixo
Enquanto não acaba
Não relaxo

Por entre espirais afundo-me na amargura
Lutando contra o inevitável.
Sou um cavaleiro sem armadura
Que batalha o aceitável

Entro então em reflexão
De como o meu mundo gira em torno da solidão
Com a, de mim próprio, irrisão
Tenho de tentar a auto-evasão

Entretanto ocorre-me algo nada genial
Algo nada brilhante:
Se eu não fosse tão anormal
Não poderia ser tão extravagante

Olho ainda mais longe do que está ao meu redor
O que não vejo podia ser pior…
(Fruto do pensamento surge o sujo suor
Um pormenor de grau menor)

Evadindo-me, deparo-me com algo novo
Algo sem contorno
E removo-o.
JOÃO SARAIVA, 12ºJ

HISTÓRIAS DO VELHO HOMEM - Francisca Silva - 10F

Histórias que temo em vão,
somente, medos do meu coração.
Apressado e gélido, o Inverno se avizinha,
recordo a solidão que pensava ser só minha.

Lenço azul, com cuidado posto.
Vejo um velho homem que esconde o rosto.
Sentado, junto da lareira,
vê arder o tempo em vez da madeira.

Mãos calejadas pelo duro trabalho,
desfruta agora do caminho e não do atalho.
À fogueira, o seu corpo encurvado,
o velho homem sente-se só e abandonado.

Chego então perto de si, abraçando-o,
beijo-lhe a testa e assim lhe vou falando:
Esse teu olhar, triste e cansado,
reflete alguém cujo percurso está acabado.

Esse não és tu, nem eu,
esse é alguém, cuja força esqueceu.
De nada serve estares aí sentado,
aquecendo as mãos e o corpo fatigado.

Levanta-te dessa velha cadeira,
e vem comigo hastear a bandeira.
Não és demasiado velho ou sem valor,
para, ainda assim, retribuíres o amor.

Talvez avô, pai ou irmão.
Decerto, amigo que afasta a solidão.
Estava mergulhado na ilusão.
Obrigado, velho homem, ensinaste uma lição!
 
Pegando na minha mão, com esforço imenso,
o velho homem largou a bengala e o lenço.
Abraçou-se a mim e sorriu.
Eu sabia que estava feliz e assim retorquiu:

« E agora meu jovem rapaz, digamos...
Com a frustração todos nós lidamos.
Seja a velhice que o tempo faz chegar,
ou a mágoa que o vento faz regressar.

Jovem, todos os dias te rebaixarão.
Nenhum deles será exceção!
Mas em ti confio e sei que és capaz,
de pela vida fora, seres bom rapaz.

Não sei como te agradecer,
um simples sorriso teu fez-me perceber,
que por mais que a dor regresse,
um amigo nunca se esquece. »

Sem saber mais o que fazer,
num abraço as palavras ficaram por dizer.
Um gesto simples e puro, por fim,
que outrora fora irrelevante para mim.


FRANCISCA PRATAS PEREIRA DA SILVA, 10F

O BANCO DO JARDIM - Carolina Ferreira - 11A

Espero por ti
Sentada
Olhando para um jardim
Á espera que tu venhas para mim
E tu como por magia apareces.
Caminhas para mim
Com uma rosa na mão
Carregada de amor e paixão
Mas enquanto caminhas
Mais longe pareces ficar
Desapareces,
E fica ali a rosa que trazias na mão,
No meio do jardim 
Que aos poucos é comida pela dor e pela solidão
Porque te foste embora
E eu não te conheci
Acordo
E deste pesadelo saio
E assim volto a esperar por ti naquele banco
Daquele jardim.


CAROLINA FERREIRA 11A

O IMPOSSÍVEL É POSSÍVEL - Patrícia Jorge - 10F

O impossível é possível, basta acreditar!
Objetivo, ideia ou pensamento são novos caminhos,
caminhos estes sem fim,
pois na vida hão de aparecer
e torná-los possíveis é viver.


PATRÍCIA JORGE, 10F