segunda-feira, 23 de junho de 2014

QUEM SOU EU? - Beatriz Cruz - 11H

Quem sou eu?
Onde estou?
Pergunto todos os dias
O que o vento me levou.

A resposta é incerta,
Mas sempre igual:
Sou simplesmente
Uma criatura banal.

Não tenho morada,
Pelo menos aparente,
Mas isso não interessa,
Eu sou independente.

O vento, aquele malvado,
Apenas com um sopro
Arranca do meu peito
Todo o meu passado.

Memórias e lembranças
De uma vida infeliz,
Que agora acabam
Vagueando por aí.

Porém, a chuva veio
E o vento acalmou,
Arrastando a memória vagabunda
Que o vento me roubou.

Depois de algum esforço,
Lá a consegui apanhar,
Mas constatei com tristeza
Que a tinha que limpar.

Demorei algum tempo
A reconstruir o meu passado,
Só depois descobri
Que te tinha amado.

Amor como aquele
Não era normal.
Vivíamos obcecados,
O que se tornou fatal.

Ao longo dos anos,
Tudo foi mudando,
Devido a grandes incertezas
Ficaste fora dos meus planos.

Agora sim,
Já sei quem sou:
Sou uma criatura
Que te amou.




BEATRIZ ROLO DA CRUZ, 11ºH

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