Há
quinze anos que vejo uma estrela brilhar.
Engraçado,
é ela quem me faz o jantar.
Uma
estrelinha de cabelos dourados,
por
vezes, cozinheira, outras, costureira.
Dona
de um sorriso irradiante,
e
uns olhos verdes contagiantes.
Espero
nunca ter de lhe dizer adeus,
pois
eu sei, que isso, vou pedir a Deus.
Costurar
e cozinhar, ela já me quis ensinar.
Tal
oferta tive que saber como recusar,
pois
tamanha proposta, faria da minha habilidade,
uma
pequena e simples amostra.
Dos
meus cabelos faz uma bela trancinha,
fico
então pronta para ir para a escolinha.
As
minhas grandes birras atura.
Incrível,
pois não se satura.
Uma
estrelinha cadente,
cuja
paciência, está sempre presente.
As
suas lições ecoam na minha mente,
são
um apelo a tornar-me gente.
Durante
muitos anos, nela confiei.
Todas
as pontes atravessei, a fim de a alcançar.
Não
há rio que nos separe, somos peixinhos,
que
sabem nadar até onde querem chegar.
Dotada
de uma delicada beleza,
das
suas qualidades tenho plena certeza.
Apenas
um medo receio ter,
será
o de não mais a poder ver.
À
família jurou auxiliar,
tal
tarefa não a deixa sequer respirar.
Mais
uma autêntica vitória,
que
permanecerá eternamente na memória.
Doce
de Ananás e Laranja.
Cozinhar
para ela é canja.
Camisa
engraçada e saia rendada,
não
há costureira mais prendada.
Alegre
e bem cheiinha,
faz
dela uma heroína bem jeitosinha.
De
toda uma irrevogável paixão,
eu
sei que me ama de alma e coração.
Pelos
seus netos nutre grande amor,
excede
qualquer imaginável valor.
Estrela
de um brilho reluzente,
brilho,
que parece nunca estar ausente.
São
essas as essências da minha memória,
histórias
que refletem grande glória.
E
com tudo isto, quero apenas dizer:
Que
melhor avó não podia ter!
FRANCISCA PRATAS PEREIRA DA SILVA, 10F
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