Vivamente, esses teus olhos brilham,
Nesta noite, de lua cheia,
Como se me quisesses contar algo,
Com esse teu canto de sereia.
Rasgados pelo macio assobio do vento,
Os teus cabelos dançam suavemente,
Hipnotizando-me com o movimento,
Roubando o meu corpo e mente.
Vejo o reflexo das estrelas cadentes,
Na tua face, de princesa,
Pois para além do doce e fluorescente
luar,
Não há uma única luz acesa.
Esse sorriso, que me enternece,
E dentes de arte pura e divinal,
Lábios de anjo, de deusa mesmo!
Esse teu bem é o meu mal…
Mas há coisas de que não falo…
Como das tuas orelhas por exemplo,
Só vejo o que o vento me deixa,
E é esse mistério que contemplo.
E o teu corpo, branco e leve,
Estátua trabalhada sem fim,
Faz-me lembrar a fria neve,
Na qual a primeira vez te vi.
Com a noite pesada, tudo esmoreceu,
Há um sombrio silêncio no ar,
Mas eu continuo embalado,
Olhando para ti, quase a chorar…
Finalmente, estamos de pé,
Apreciando um longo e triste abraço,
Vejo-te desaparecer pela rua escura,
Acabo de perder, de mim, um pedaço…
André Seguro de Almeida
nº3 11ºD
Sem comentários:
Enviar um comentário